Descrição
O PR5 AGN une Coja à localidade de Barril de Alva ao longo do vale do rio Alva, através de caminhos florestais, com uma paisagem rural diversa em termos florísticos, litológicos e algumas curiosidades de arquitetura histórica. É possível também percorrer a planície aluvionar da Ribeira da Mata, até à localidade de Pisão, através da variante PR5.1 AGN. Opte também por caminhar através da PR5.2 AGN, até ao espelho de água do Rio Alva, na zona de lazer de Urtigal.
As Localidades
Coja
A primeira imagem que ilumina o olhar de quem visita Coja, é o rio Alva e
a majestosa ponte que liga ambas as margens. O Pelourinho Manuelino,
que se ergue na Praça Dr. Alberto Valle, é o testemunho da importância
que Coja teve no passado mas também do rico património arquitetónico,
onde as casas dos Séc. XVII e XVIII e os edifícios religiosos, atestam
um passado com história.
A designação “Princesa do Alva”, pela qual é conhecida, advém da
importância que o rio Alva representa, como elemento fundamental no seu
desenvolvimento ao longo dos tempos, em comunhão com a Ribeira da Mata
que se junta ao “coração” da vila, onde as duas pontes de estilo
românico formam um cenário irrepreensível. Toda esta harmonia, conjugada
com a beleza natural dos açudes e praias fluviais, resultam num
potencial turístico que faz de Coja um destino de eleição.
Barril de Alva
Não se conhecem registos anteriores a 1527, ano em que o Cadastro da
População do Reino, realizado a mando do rei D. João III, referia que o
Barril pertencia ao termo de Coja e contava 10 fogos. No entanto, é bem
possível que o povoado tenha crescido a partir do sítio de Casal
Fundeiro, onde existia a Quinta de Santo António, da “família dos
Freires, donos e senhores de muitas terras até ao rio…”, com brasão
datado do Séc. XVII. Junto a esta localidade, na margem direita do rio
Alva, ao atravessar uma ponte em granito construída no ano 1880, podemos
encontrar o Parque de Merendas com churrasqueira e forno de lenha, onde
existe uma fonte em forma de pipo, feito em granito, que se tornou um
marco identificativo da aldeia de Barril de Alva. No verão, podem ainda
apreciar e usufruir da zona de lazer da Ponte onde é construída uma
represa em madeira para alimentar a roda de alcatruzes que servia para
regar os terrenos na margem do Alva. Também podemos desfrutar da Zona de
Lazer do Urtigal onde, no que diz respeito ao aspeto paisagístico, se
evidencia o açude, que cria um extenso espelho de água, sendo uma praia
constituída por zonas de recreio atrativas, de água límpidas e areias
claras. A área envolvente caracteriza-se por uma extensa zona arborizada
com um espaço privilegiado de repouso.
Pisão
Esta pitoresca localidade é conhecida pelas suas ruas embelezadas com
flores, as várias fontes que lhe dão uma característica singular e as
casas senhoriais, das quais se destaca a casa de família de D. José
Alves Mattoso.
Gastronomia
Muito conhecida pelas suas iguarias, acolhe tradições com saberes e
sabores únicos, inspirados pelos antigos mosteiros e casas senhoriais.
Algumas das principais iguarias que se pode apreciar é a chanfana, os
torresmos, o cabrito assado, o bucho, bem como alguma doçaria, da qual
se destacam a tigelada, as compotas, os licores, o arroz doce e a broa
de batata. Estes produtos podem ser saboreados e adquiridos, nos vários
restaurantes e pontos do comércio local.
Flora e Fauna
Esta zona do Vale do Alva encontra-se próxima da área de
Paisagem Protegida da Serra do Açor (PPSA), sendo que ao longo das
margens é possível encontrar algumas das espécies
da flora e fauna características desta área. Assinala-se a ocorrência de azereiro (Prunus lusitanica subsp. lusitanica), o azevinho (Ilex aquifolium) e loureiro (Laurus nobilis). Ainda em termos florísticos, importa destacar a presença de várias espécies da flora endémicas e/ou raras, como o Narcissus sp.. Outras espécies características da flora Portuguesa, comuns de serem observadas no percurso são pinheiro-bravo (Pinus pinaster), sobreiro (Quercus suber), carvalho-negral (Quercus pyrenaica), carvalho-alvarinho (Quercus robur), castanheiro (Castanea sativa), urze (Erica sp.), giesta (Cytisus sp.), tojo (Ulex sp.), medronheiro (Arbutus unedo), pilriteiro (Crataegus monogyna), carqueija (Chamaespartium tridentatum) ou silva (Rubus ulmifolius).
Os biótopos existentes na zona possibilitam a existência de uma fauna diversificada e a ocorrência de alguns endemismos ibéricos. De entre os biótopos mais relevantes para a fauna destacam-se as florestas de folhosas, as galerias ripícolas, os matos e as áreas agrícolas e de olival. O inventário realizado na PPSA, identifica 423 espécies de invertebrados e 117 de vertebrados. Como exemplo destacam-se a salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitanica) com o estatuto de Vulnerável, no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, e um endemismo ibérico, da avifauna a águia-caçadeira (Circus pygargus), o açor (Accipiter gentilis) ou a coruja-do-nabal (Asio flammeus), nos mamíferos é muito comum o javali (Sus scrofa), o ouriço-cacheiro (Erinaceus europeus), ou a doninha (Mustela nivalis). Várias das espécies existentes encontram-se no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (Fonte: ICNF, 2013).