GR44 - Grande Rota da Prata e do Ouro walking

Sardoal / Vila de Rei 31 kms 07:00:00

Descrição

Com início no Sardoal ou em Vila de Rei, este percurso linear, com cerca de 28 km no traçado principal, oferece paisagens fantásticas que ficarão na memória de todos. Com algumas dificuldades pontuais plenamente compensadas pela beleza do território, o percurso segue não só por zonas altas e de meia encosta, particularmente ao longo da freguesia de Santiago de Montalegre (Sardoal), como junto às galerias ribeirinhas de cursos de água, no troço entre a Ribeira do Codes e a localidade de Cabecinha (Vila de Rei), local onde se observa um dos mais belos panoramas sobre a Albufeira de Castelo de Bode.

O percurso passa ainda por uma das áreas de maior interesse do Concelho de Vila de Rei – Os Poios – local onde as cascatas, as formações rochosas e a floresta são uma constante.
As características geológicas do território a percorrer são de gênese xistosa e grauváquica, apresentando conglomerados que, pela sua natureza, foram explorados tanto pelo ouro, durante a Idade do Bronze até à ocupação Romana (durante o Século I DC), como pelo estanho e prata (cujos poços de exploração podemos encontrar nas imediações de Santiago de Montalegre), provavelmente durante a Época Romana. Numa parte do percurso de Vila de Rei, podemos encontrar as famosas conheiras, partes integrantes das minas de ouro referidas, que ao contrário de outras minas mais comuns, não necessitavam de ser exploradas em grandes túneis e galerias subterrâneas.
No que toca à flora, podemos referir que as galerias ribeirinhas por onde o percurso passa são de grande beleza, onde se destacam os amieiros, choupos e os salgueiros, em sintonia com outras espécies características da flora mediterrânica, tais como o medronheiro, a murta, a gilbardeira, o pilriteiro, a aroeira, o rosmaninho, a esteva, o sargaço, o estêvão, a giesta e a carqueja. 
Paralelamente a esta flora, a área circundante apresenta ainda um conjunto de vegetação associada a afloramentos rochosos de notável dimensão. Apesar de ambos concelhos serem sobretudo de natureza florestal, onde a presença do pinheiro bravo e do eucalipto é notória, ainda é possível encontrar manchas de sobreiros e carvalhos, espécies que eram mais abundantes até meados do século passado.
Em termos de fauna, a avifauna é sem margem de dúvidas a mais abundante, onde destacamos o guarda-rios, o milhafre-preto, diversas espécies de garças, o corvo-marinho, que encontrou sobretudo na barragem de Castelo de Bode um habitat para viver, e algumas espécies particulares, tais como um discreto casal de cegonhas-pretas que nidificam na zona da Ribeira do Codes e outro casal de águias de Bonelli que de vez em quando se avistam em voos de caça. Contudo podemos avistar outros animais, como o caso do tímido esquilo vermelho e da lontra, nas Ribeiras do Codes e de Andreus.
Qualquer que tenha sido o sentido do percurso tomado, à chegada, é natural que o cansaço se faça sentir, mas a satisfação e a riqueza da experiência vivida compensará tudo o resto, não fosse esta a Grande Rota da Prata e do Ouro.

Percurso