Descrição
Há muitos séculos que as verdes pastagens da Serra do Açor atraíam grupos de pastores que aí levavam os seus rebanhos. Diz-se mesmo que esses pastores seriam os Lusitanos, hábeis criadores de cavalos que povoavam os Montes Hermínios (Serra da Estrela). Ao longo dos tempos as populações foram criando condições para a sua subsistência, conquistando à Serra cada pequena leira cultivada em socalcos. A agricultura, pastorícia e a apicultura constituíram assim as principais atividades destas populações. Pelo alto da Serra do Açor, passava a antiga estrada real que ligava Coimbra à Covilhã por onde circulavam caravanas de carros de bois que traziam do litoral o peixe e o sal para levarem no regresso a carne, o queijo, os lanifícios e até gelo, das terras do interior. Por ali passavam mercadores e pastores e até salteadores. Diz-se também que terão sido os ataques dos salteadores que incentivaram a união dos solitários pastores, espalhados por aquelas agrestes penedias onde criavam éguas, cavalos, ovelhas e cabras.
Arte Rupestre
A arte rupestre de Chãs de Égua enquadra-se entre o período do Neolítico
e o Bronze Final e o Bronze Final e da 1ª Idade do Ferro. As rochas
gravadas estavam, nessa altura, ligadas a comportamentos ritualizados
que associavam os códigos figurativos ao domínio de um território
específico. A arte rupestre encontrada é essencialmente do tipo
esquemático, como antropomorfos, serpentiformes, podomorfos, equídeos,
espirais e figuras geométricas, entre outros. Neste território foram já
descobertas 100 rochas gravadas e constituem a mais importante
concentração de arte rupestre conhecida até ao momento no território que
estende entre o Tejo e o Baixo Côa. Tal facto foi determinante para a
instalação de um Centro Interpretativo de Arte Rupestre em Chãs de Égua.