Descrição
A Rota da Vinha é um pequeno percurso
circular inserido no projeto transversal
“Mar e Zonas Dunares” da CIM-RC,
um total de 14 km entre as vinhas da Região
Demarcada da Bairrada, no concelho
de Cantanhede.
O seu elevado interesse paisagístico e cultural faz dela um
produto dinâmico pela associação ao ciclo vegetativo da
vinha, permitindo ao visitante vivenciar as diversas fases desta
atividade centenária, desde as vindimas de outono, à poda e
empa no inverno, à floração na primavera e à chamada “poda
verde” no verão. Esta experiência sensorial, num quadro paisa-
gístico moldado por mãos experientes, pode ser enriquecida
com a visita a adegas tradicionais, onde é possível degustar
vinhos oriundos de um terroir de exceção, com predominân-
cia dos produzidos a partir da muito aclamada casta autóc-
tone Baga.
Na área envolvente à vinha, são frequentes as monocultu-
ras de eucalipto e pinheiro-bravo, destacando-se, pontual-
mente, a presença de algumas espécies arbóreas caraterísti-
cas da vegetação mediterrânica, como o carvalho-cerquinho,
o sobreiro, o pinheiro-manso e a oliveira. O estrato arbus-
tivo destes pequenos bosquetes são representados essencial-
mente pelo medronheiro, tojos e murta.
Para o visitante mais atento e perspicaz, a Rota da Vinha
proporciona o avistamento de fauna diversificada, designa-
damente algumas espécies tradicionais do território nacional,
como a rola-brava, o pombo-bravo, o tordo-comum, a perdiz,
a pega, o melro, o gaio, a gralha-preta, o pardal-comum, o
coelho-bravo, a lebre-ibérica, a raposa e o sardão, entre outras.
Para além da forte componente natural, a rota permite também
conhecer o meio rural e a comunidade local da área onde se
insere. Iniciando na povoação da Cordinhã (localidade predo-
minantemente agrícola, com especial apetência para a produ-
ção de vinho), o percurso leva à descoberta da desativada linha
férrea que ligava a Figueira da Foz à Pampilhosa, infraestru-
tura que rasgou o território ao meio e que desempenhou um
papel vital no desenvolvimento económico e social de toda a
região. Alguns quilómetros mais adiante chega-se à povoação
de Ourentã, cuja economia se baseia principalmente na agri-
cultura, em particular na produção de vinho, fruta e legumes,
assim como em alguma indústria, sobretudo ligada à pirotec-
nia e às rendas e bordados.